Os bebês reborn, bonecas hiper-realistas que imitam com impressionante perfeição recém-nascidos, têm ganhado cada vez mais espaço nas redes sociais.
Feitas com materiais como vinil e silicone, essas réplicas de bebês reais são tratadas, em muitos casos, como filhos por seus donos — que os alimentam, vestem, passeiam e até registram momentos do “dia a dia” com os bonecos em fotos e vídeos.
A prática, embora não seja recente, tem crescido nos últimos anos e conquistado um público fiel, principalmente entre mulheres que vivenciaram perdas gestacionais, dificuldades para engravidar ou mesmo que sentem prazer em colecionar e cuidar dessas criações artísticas.
No Rio de Janeiro, a popularidade das bonecas chegou até o legislativo. No dia 7 de maio, vereadores da cidade aprovaram a criação do “Dia da Cegonha Reborn”, em homenagem às artesãs responsáveis por confeccionar essas bonecas. Caso o projeto seja sancionado pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), a data será celebrada anualmente em 4 de setembro.
O texto do projeto de lei destaca que "a arte da Cegonha Reborn também tem sido utilizada em diversos países como forma de lembrança de um filho pequeno ou de um bebê que não sobreviveu", reconhecendo o valor emocional que essas bonecas podem representar para muitas pessoas.
No entanto, o fenômeno também levanta questões psicológicas. Especialistas afirmam que o uso dos bebês reborn deve ser analisado caso a caso. Para alguns indivíduos, os bonecos podem ser parte de um processo terapêutico, auxiliando na elaboração de lutos e traumas. Para outros, no entanto, o envolvimento excessivo pode apontar para necessidades emocionais mais profundas que exigem acompanhamento profissional.
A utilização dessas bonecas vai além do simples colecionismo. Em muitos casos, envolve um vínculo afetivo real com o objeto, o que precisa ser entendido dentro do contexto emocional da pessoa, explica a psicologia clínica. É um reflexo de como o comportamento humano está em constante transformação — antes com animais de estimação, agora com figuras humanas artificiais.
A linha entre afeto simbólico e fuga da realidade pode ser tênue, por isso o tema desperta tanto fascínio quanto controvérsias. O que é certo é que os bebês reborn não são apenas brinquedos: são peças artísticas que, para muitas pessoas, representam histórias, dores e afetos profundamente humanos. Por @luizgmartins
Teresa Hildebrandt (Neuropsicologia e Psicologia Positiva) Saiba mais sobre saúde com Teresa aqui!
Verdade!! Temos dois lados o lado artístico para colecionar e lado psicológico que pode ser usado como fuga da realidade!!! Um tema com muitas controvérsias!!
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