Neste mês, o Gente que Brilha tem a honra de apresentar a inspiradora trajetória de Vanderlei Pinto, um morador do Life que encontrou na arte não apenas uma nova paixão, mas um verdadeiro renascimento após uma longa carreira na engenharia.
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Vandelei Pinto (Vander) |
Carioca, engenheiro de formação, Vanderlei trabalhou em Furnas até 1996. Foi justamente na empresa, em 1995, que ele teve o seu primeiro contato com o universo artístico, por meio do curso de Educação do Olhar e Pintura. A partir dali, um novo mundo se abriu — e um novo Vander nasceu.
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Vanderlei em uma de suas exposições |
No mundo das artes, é assim que ele é conhecido: Vander. Seu mergulho nesse universo foi profundo e transformador. Em busca de aprimoramento e expressão, ele investiu em cursos como História da Arte na Faculdade Estácio de Sá, Pintura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, e também no Centro de Arte Calouste Gulbenkian. Vander explorou diversas técnicas: pintura acrílica, colagem, encáustica e assemblagem — sempre com sede de experimentar, aprender e se reinventar.
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Jornal de Jacarepaguá - 2008 |
Seu trabalho já foi publicado em alguns jornais e foi destaque em diversas exposições individuais e coletivas, e muitas de suas obras foram premiadas por sua originalidade e potência estética. O que chama atenção é a técnica única que desenvolveu: ele utiliza chamas de velas e lamparinas, combinadas com tinta acrílica sobre tela. Um processo que une delicadeza e intensidade.
Além das Chamas
Nas mãos de Vander, o que seria lixo vira arte. A fuligem, esse material escuro, imprevisível, resultado da queima de vela — geralmente visto como sujeira ou rejeito — ganha novo significado.
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Ateliê de Vander - onde a arte acontece |
Ele a transforma em linguagem visual. O queimar da tela não é um acidente: é o início da criação.
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Obra de arte de Vander |
Sua técnica remete, de certa forma, às primeiras manifestações artísticas da humanidade. Como nas pinturas rupestres da Pré-História, Vander imprime sobre a superfície da tela uma marca profunda, carregada de simbologia. Ele nos convida a olhar além da forma, além do material.
O Lado Escuro da Vela
Em suas palavras — e em sua arte — “o suporte pode ser comum, mas o olhar nunca é”. Vander nos leva por caminhos repletos de símbolos, histórias e interpretações. Cada obra é um convite à descoberta. Ao se deparar com suas telas, muitas vezes não se percebe, à primeira vista, que ali há fuligem. E quando se percebe, o choque, a surpresa, a incredulidade elevam ainda mais o valor da obra.
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Ateliê de Vander |
As telas são, literalmente, queimadas. E nada mais é acrescentado além disso. A arte nasce do fogo e termina nele, em um ciclo poético e provocador.
Vanderlei Pinto nos mostra que a arte não tem limites — nem de materiais, nem de caminhos. Sua obra nos faz refletir sobre o que descartamos e sobre o que podemos transformar. Ele não é apenas um artista plástico. É um criador de possibilidades. - Por @luizgmartins
Assista o vídeo mostrando o atilê e a história de Vander clicando aqui!
Vander é um artista diferenciado. Gosto muito dos trabalhos dele. Ótima matéria sobre esse querido e talentoso amigo.
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